Não tenho Twitter ponto Blogspot ponto com.: 2010

sábado, 28 de agosto de 2010

Amaria


A Maria.
Amaria.
Amar, ia.
Ama, ria.
Ah, Maria!



*por Angela

sábado, 17 de julho de 2010

Entre, mentes


De volta.

Dê volta.
Volta de novo.
De novo, volta.
Travolta. Trava volta.
Não volta,
Segue em frente.


*por Angela

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ilusionismo literário


Você está lá. De pé.

Esperando.
E você espera, não desobedece.

Quem você espera?, pergunta o vento
Estou me esperando voltar, você responde.
E aonde você foi?, retrucou a brisa
Eu fui procurar minha vida, minha razão de amar.

E se você não voltar?, indaga a névoa
É porque encontrei.
E se você voltar?, replicou a brisa
Esperarei.
E quanto tempo é preciso esperar?, desafiou o vento
Vou saber quando eu voltar.

O vento, impaciente, foi ventar em outro lugar.
A brisa, indiferente, foi refrescar outros campos.
A névoa, imponente, foi gelar outras relvas.

E você continua esperando.
Com a esperança de voltar.



*por Angela

domingo, 16 de maio de 2010

O tempo e outras matérias


Sim, crianças, creio que haja um motivo muito especial para o meu big friend Ted convidar-me a participar como co-autora do NãoTenho Twitter. Ei-la: a minha teimosia. Conhecendo-me de outras quartas-feiras de cinza ele sabe que eu sou daquelas que sai por último e tranca a porta. É a verdade, eu não gosto de desistir, no mínimo, não sou a primeira a debandar, quase sempre, sou a última. Depois desta pequena pausa, puxo a fila para reatarmos nossas conversas.
Perseverança, teimosia, persistência são elementos em falta hoje. As pessoas desistem fácil de seus planos, querem ver os resultados rápido demais, não sabem esperar.
Pouca gente vê sentido em plantar uma árvore, porque não possuem paciência suficiente para acompanhar o crescimento dela e aguardar a época da colheita. O mesmo não se dá com os filhos, estes continuam nascendo indiscriminadamente, a despeito de demorarem a crescer. Talvez isto aconteça porque os filhos são tidos como um fim em si mesmo, não se pode esperar nada deles (ao menos nada contabilizável, como sacas, arrobas). O que me lembra de uma crônica do Otto Lara Resende (o autor é este, se eu não estiver enganada), na qual ele afirma que ter filhos é muito bom, o problema é que eles duram muito.
Duração, tempo. Quanto tempo é muito tempo? Qual o limite das esperas? Um ano é muito ou pouco? Trinta e seis meses é um prazo muito longo? A última postagem do Não Tenho Twitter foi em dez de março, ou seja, mais do que dois meses. Tempo demais para esperar?
Sem essa! O tempo é detalhe quando a espera é fundamentada. O tempo é sempre o presente.

Escrito por Ana Castle

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mulher multiuso: pontos e nós

Vou unir três pontas temáticas em um único nó textual, e fica testemunhado o fato de que eu não deixo pontos sem fazer os nós.

Primeiro ponto. Estamos na semana do Dia Internacional da Mulher. Primeiro nó. Esse texto fala sobre mulheres, veja lá o título "Mulher multiuso". Reparem que na Semana da Mulher os meios de comunicação ficam entre duas pautas clássicas: o elogio ao sexo feminino - sua beleza, a maternidade, a fragilidade (do colo do útero e das mamas, principalmente) e a pauta de denúncia às barbaridades ainda cometidas ao redor do planeta contra as mulheres (mães, filhas e irmãs de todo mundo que são torturadas, mortas, violentadas, abandonadas, usadas como mercadoria e mulas de carga.
Segundo ponto. Assisti ao "Sala de Notícias" da TV Futura (graças a Deus inventaram parabólica e internet), que exibiu um programa especial sobre "Os 50 anos da pílula anticoncepcional" (não se desesperem as partidárias da pílula, o Futura reprisa). Segundo nó. Quem estiver interessado em pesquisar sobre a trajetória do contraceptivo oral procure no Google; o nó da minha costura vai nas pontas esfarrapadas do uso da pílula: é um método 99,9% seguro se usado corretamente, dizem (eu acredito) que previne o câncer uterino, PORÉM, pílula não protege contra as DST'S, Doenças Sexualmente Transmissíveis para os (não) íntimos. É isso, mulheres e homens, quem quer se proteger DE FATO deve usar c-a-m-i-s-i-n-h-a. Quem não souber o que é camisinha, ou não souber usar, busque no Google ou em qualquer outro buscador disponível no mercado, ou no posto de saúde mais próximo da tua casa ( o Google não me paga jabá, então eu falo na concorrência mesmo).

Terceiro ponto. O meu entediado parceiro de blog, o Ted, me chamou a meia hora atrás de "Ana multiuso". Terceiro nó, com arremate do epíteto gracioso cedido a mim pelo meu generoso amigo.Não é possível ser mulher sem ser multiuso. O útero foi projetado para gerar filhos, gera também doenças. A pílula foi inventada para tratar a TPM e os problemas da menopausa, é usada como contraceptivo, e serviu para alavancar o feminismo, a liberdade da mulher e a liberação sexual do século XX.

E a MULHER? Mil e uma utilidades. Além de mãe, esposa, domésticca, operária, agricultora e cientista pode ser: cobaia, mula de carga, saco de pancadas, banco de óvulos, útero de aluguel, matéria prima e moeda de troca do tráfico internacional de escravos brancos.

-por: Ana Castle

terça-feira, 2 de março de 2010

Quanto uma amizade pode suportar? Quanto amor se espera de um amigo? Quanto perdão se pode dar a uma única pessoa? Você sabe as respostas? Eu não sei.

Uma hora ou outra você acaba fazendo essas indagações. Não só você, mas eles também.Eles principalmente.

É relativamente fácil aceitar o desprezo que alguns de seus conhecidos têm por você quando você mesmo os considera distantes. Você só pode seguir em frente e substitui-los por alguém que valha a pena. Ninguém é insubstituível. E acredite, para alguém, você é totalmente dispensável. Assim como também, para alguém, você é essencial.

Às vezes a sua pessoa importante também te considera importante. Outras vezes, acontece o contrário e vocês dois não se importam tanto assim um com o outro. Mas e quando isso não acontece? Quando não há reciprocidade. Quando a pessoa que lhe é querida te menospreza, esquece, ignora. Substitui você. Como reagir? Deve-se reagir, confrontar?

"Eu lhe dei meu coração, minha confiança, amizade, respeito, todo o meu amor. Por que os está devolvendo? Por que não lhe são suficientes?"

Em certo ponto da raiva ou indignação sentimos que fomos traídos. Traição é algo grave. É uma palavra pesada, forte. Uma palavra de significado total e não ambíguo. Não pode ser interpretada. Em amizades é intolerável, no amor inconcebível. No entanto, cada um tem suas regras. E para cada pessoa, também são diferentes. O que é para um, não é para você. E quando se está nessa situação, você é indefeso. Um réu das regras do outro. E você será julgado a partir delas.

Perdoar é algo muito difícil. Pra alguns, sequer existe. É um ato de amor e compaixão, muitas vezes. É algo que só sua alma pode fazer. Quantas vezes já foi perdoado? Quantas vezes já perdoou? Quantas vezes se pode perdoar alguém? Você sabe as respostas? Eu não sei.

Só sei que sou vulnerável a qualquer um dos meus amigos. E por isso me sinto só, apesar dos meus amigos.




- Refletido por: Angela

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Lie

Quantas mentiras você já contou na vida?

Provavelmente muitas.
Quais foram os motivos que o levaram a mentir?
Diversos, talvez.
Valeu a pena?
Talvez você nem se lembre.

Às vezes não são necessariamente mentiras, mas omissões. Omissões são piores que mentiras, a meu ver. Ocultar a verdade por qualquer motivo o faz se sentir menos digno de você mesmo. Porque o momento de falar o que é certo passa e muitas vezes não volta.
Temos a mania de pensar que a verdade pode doer. Daí inventamos algo que não nos deixe tão tristes. Mas será isso certo? Amenizar uma dor com uma mentira?
Já ouvi tantas vezes:
"Não conta isso pra ele/ela senão ele/ela vai ficar muito triste. Inventa outra coisa pra dizer".
E se a verdade aparece e somos confrontados, dizemos:
"Eu não contei pra te proteger".

Bullshit. Por que se proteger da verdade?

A verdade nos faz bem. Por mais que não pareça. Por mais que nos faça sofrer.



Pensado por: Angela

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sobre a brevidade das idéias

Puxei o fio da cabeça (idéias) fora do lugar e do coração acinzentado para tecer algumas observações sobre a duração das idéias, mais especificamente, sua brevidade.

Li ontem uma notícia sobre a idade dos blogueiros desde a invenção deste espetacular espaço de exposição de idéias. No princípio a maioria deles era adolescente, hoje, os adolescentes migraram para as redes sociais em que prevalece a exposição de mensagens curtas, adequadas para quem postará de um celular ou para quem não quer perder tempo digitando textos longos.

"Perder tempo digitando textos longos", aí está uma afirmação com a qual não concordo. Escrever é captar uma idéia e desenvolvê-la primeiro em sua mente, depois transcrevê-la para o suporte de sua preferência. O passo final e mais importante é levar a sua idéia ao conhecimento de outras pessoas, que através da leitura da idéia inicial tecerão as suas próprias idéias. O diálogo entre as idéias pode não ocorrer no mesmo suporte, mas na cabeça do leitor com certeza acontecerá.

A cabeça fora do lugar me remete a este problema coletivo que precisamos enfrentar. Encontramos um espaço que nos dá voz para expor nossas idéias e confrontá-las com o mundo, mas preferimos abreviar a oportunidade. Substituímos a reflexão pelos anúncios fragmentados de idéias plagiadas, pela descrição de que estamos indo tomar um café na esquina.

Para exemplificar e alongar, pensemos na seguinte situação: brevemente, anuncio em uma rede social que estarei em uma passeata gay na terça feira. Convido a todos para estarem lá também. Onde está a idéia? Eu posso estar indo à passeata gay para jogar ovos, posso estar indo porque sou gay, porque sou simpatizante, porque vou trabalhar dirigindo um carro-palanque, etc. Quem vai entender? Só quem me conhecer muito bem. Reduzo o meu público e reduzo o alcance das minhas idéias sobre o assunto.

O problema de abreviar o espaço das idéias é que as idéias nunca são curtas, são sempre longas, precisam ser explicadas, reviradas, remexidas até que se façam entender. Em definitivo, estou com o Millôr Fernandes quando ele diz que não escreverá em dez palavras o que se pode escrever em cem.

-por: Ana Castle

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Virtually

As pessoas adoram animaizinhos fofos. Adoram ainda mais quando eles são virtuais.
Por quê?
Porque eles não morrem.
Porque quando você tem que/quer viajar, não precisa se preocupar onde deixá-lo, com quem deixá-lo. Não precisa cheirar as fezes, não precisa se preocupar se eles vão morder seus móveis ou fazer xixi na sua cama.


No entanto, enquanto você dá seu amor virtual pro seu bicho virtual que não retribui em nada, a não ser a perda do seu tempo, vários animais estão em abrigos pelo mundo afora esperando um lar. Esperando um amor de verdade. Porque é só isso que eles procuram dar a você: amor incondicional. E não há nada mais feliz do que ao chegar em casa ser recebido por aquele ser peludo correndo a seu encontro com o rabo balançando e pulando em cima de você. Ele não se importa se você chegou tarde, cedo, se está sujo ou limpo, ou cheirando à bebida. Ele se importa com o fato de você ter chegado. Só isso. E assim ele pode demonstrar quanta saudade ele sentiu de você enquanto esteve fora.

Não limito isso aos cães. Mas eu conheço melhor os cães.


P.S.: New author ;D - Prazer.

por: Angela Faillace

Prólogo "introdutório" e notas explicativas que confundirão a poesia da prosa e prejudicarão a liberdade do leitor em entender o que bem entender

Então, meu não-desprezado amigo Tadeu me convida para ser co-colaboradora (não sou gaga, é neologismo. Será que cheguei primeiro neste vocábulo ou faço um plágio involuntário das invencionices de outra pessoa? Vamos fazer de conta que fui eu quem pariu a idéia) do seu novo blog. Não tenho Twitter. E eu não tenho mesmo. Mas posso vir a ter.

O que eu quero é esclarecer o quanto me causa admiração (apaguei “pasmo”, se aproximava mais da verdade, mas a verdade é uma coisa meio fora de moda, não acham?) a existência de gente capaz de captar a essência criativa das idéias do meu parceiro de blog. Não digo que ele seja um super gênio criativo que só nasce de mil em mil anos, eu é que ando desanimada com o grande número de bichos pouco-pensantes nascendo por este mundo.

E atendendo a única recomendação dele para me receber como co-colaboradora (!!!) “posta o que quiser e como quiser”, preparei esta singela (adjetivo babaca) postagem.

As causas obscuras e duvidosas - terríveis trocas de favores políticos, perigosas misturas entre o público e o privado - envolvidos neste conluio de mentes fica para o próximo capítulo* desta novela bloguelesca**.

(*) Anúncio enganoso
(**) Brincadeira com “novelesca”
(***) Nota das notas: estas notas são realmente necessárias?

-por: Ana Castle

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